Lições pós-enchente: escuta, colaboração e fortalecimento de laços

31/10/2024

Ciclo de Palestras da ACIST-SL abordou os aprendizados das lideranças a partir da catástrofe climática de maio de 2024
Ciclo de Palestras da ACIST-SL abordou os aprendizados das lideranças a partir da catástrofe climática de maio de 2024

A enchente de maio de 2024 deixou e deixará muitos aprendizados, nas mais diversas áreas. Foram muitas perdas, tanto as materiais como as não tangíveis, como a saúde mental e emocional. E esta última foi o tema do Ciclo de Palestras que a ACIST-SL promoveu nesta quarta-feira, 30, para associados e demais participantes, com foco  na troca de experiências a partir dos relatos de pessoas que estiveram na linha de frente durante a catástrofe climática.

 

A iniciativa foi desenvolvida pela vice-presidência de Serviços, por meio da Diretoria de Serviços. Marco Aurélio Zang, titular da pasta, ressaltou a importância de compartilhar as experiências, inspirando as pessoas e promovendo o aprendizado. Leila Klin, diretora de Saúde, acrescentou que o acolhimento psicossocial para os atingidos é tão relevante como o apoio material. Por este motivo, disse, os painelistas deste encontro foram lideranças que atuaram dando conta das mais diversas demandas durante e após o episódio.

 

Participaram do painel Daniel Klafke, presidente da ACIST-SL, Joana Rodrigues, analista de Recursos Humanos da W3K e Valéria Reis, gerente de Gente & Gestão da Polo Films. Todos relataram as ações desenvolvidas desde o primeiro dia da enchente, ressaltando os aprendizados ao longo do processo que, segundo eles, ainda não terminou. 

 

Neutralidade - Daniel Klafke lembrou que a sede social da ACIST-SL se tornou ponto de recebimento e destinação de doações que vieram de diversos lugares do País. “A neutralidade da associação serviu de base de confiança para quem desejava doar, mas queria ter certeza do destino correto. Assim, ajudamos tanto quem precisava de ajuda como quem queria ajudar”, lembra. Para o dirigente, a descentralização dos esforços foi  uma das lições aprendidas. “Após percebermos o tamanho da tragédia, houve a mobilização de diversos agentes, desde entidades privadas e sociais, órgãos públicos, pessoas, empresas. Nenhum de nós conseguiu fazer nada sozinho e vimos que, se alguém falhava, outro assumia o lugar”.

 

Para Joana Rodrigues, analista de Recursos Humanos da W3K, a escuta efetiva sobre as necessidades dos colaboradores atingidos foi o grande aprendizado. “Muitas vezes, eles não pediam ajuda de modo imediato, mas sempre verbalizamos que estávamos à disposição para ouvir. No momento em que estavam confortáveis, eles nos procuravam e pudemos dar a devida atenção”. Localizada no Parque Tecnológico São Leopoldo, a empresa teve oito funcionários diretamente atingidos com a perda dos seus imóveis, vinte deles e seus familiares receberam auxílio da empresa e dez foram atendidos pela assistência social. As ações foram coordenadas por um Comitê de Crise, formado pela direção, profissionais de RH e gestores. 

 

Acolhimento, fortalecimento dos laços entre colaborador e empresa e das parcerias estão entre os impactos sentidos na Polo Films. Localizada em Montenegro, com funcionários residentes de várias cidades atingidas, a empresa atendeu diretamente 40 famílias que perderam tudo com a enchente. “Elaboramos rapidamente um diagnóstico e montamos uma grande corrente do bem com parceiros e órgãos públicos”, lembra Valéria Reis, gerente de Gente & Gestão. “Novamente, tivemos certeza que ninguém faz nada sozinho. A colaboração de todos fez e faz a diferença, porque esta tragédia ainda não terminou”, pontua, referindo-se aos reflexos emocionais do episódio. 

 

*Ao avaliar as falas dos painelistas, Leila Klin observou que todos tiveram preocupação em atender tanto às demandas mais concretas, como aquisição de móveis, e utensílios, dentre outros, assim como as questões envolvendo os cuidados com a saúde mental. Ela também apontou a preocupação com o atendimento individualizado para com os atingidos, a partir de ações destinadas para as necessidades específicas de cada pessoa*.

 

O Ciclo de Palestras contou com duas edições. A primeira ocorreu em agosto, com um painel sobre gestão emocional.  "A Entidade precisou se adequar para atender às demandas deste momento, ajustando seu calendário de temas, que inicialmente incluía a importância da Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho", lembrou Leila. No entanto, devido ao contexto de tensão vivenciado no Vale do Sinos, a associação decidiu priorizar o tema de gestão emocional em resposta à situação enfrentada na região.

 

A palestra foi organizada por um Grupo de Trabalho formado por Leila Klin, Hellen Fogaça, Veridiana de Paula, Roberta Wobeto e Átila Serdeira

 

O patrocínio desta edição do Ciclo de Palestras é da Doctor Clin, Rose Contabilidade, ECS Contabilidade e ELSMED.

 

Fonte: Imprensa ACIST-SL | Beth Renz Imprensa & Relacionamento | Fotos: Elizabeth Renz

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