25º BPM inaugura linha de tiro inédita para a região
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A Unisinos apresentou na manhã desta quinta-feira (06), os dados sobre o impacto das inundações na atividade econômica dos municípios no Rio Grande do Sul, em evento que reuniu autoridades, como prefeitos de municípios atingidos e representantes de órgãos federais, professores e veículos de Imprensa. A apresentação ocorreu no campus Porto Alegre. O objetivo foi mostrar os números por cidades e regiões, e como os resultados podem afetar o desenvolvimento desses locais. A ACIST-SL esteve presente, representada pela vice-presidente de Serviços, Rita Geremia Pavoni.
O método que prevê os impactos foi desenvolvido pelos professores pesquisadores da Escola de Gestão e Negócios, Marcos Lélis, Magnus dos Reis e Camila Flores Orth. A iniciativa surgiu após conversas com as prefeituras de Porto Alegre e de São Leopoldo, e contou com apoio da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul.
Lélis explicou que o levantamento foi realizado por município atingido pelas enchentes, para que se possa entender a realidade econômica de cada um, visto que os efeitos foram heterogêneos entre eles. “Um número fechado para o Rio Grande do Sul, como um todo, pode não representar as realidades regionais. Por isso, o esforço de trabalhar com as informações municipais para, depois, estimar o efeito no Estado”, comentou.
Ele informou que o método é composto por três etapas, sendo que a primeira foi estimar uma série histórica da atividade econômica, com periodicidade mensal, para os municípios afetados pelos eventos de setembro de 2023 e municípios com características similares. Para esta análise, a equipe utilizou o ISSQN e a geração de emprego de cada município. Também foram estimados os efeitos da queda na atividade econômica nos municípios do Vale do Taquari, comparando com os municípios que não sofreram o efeito selecionado na etapa anterior. Na sequência, buscou-se a relação entre queda e proporção de pessoas afetadas, estabelecendo o vínculo entre a queda na atividade econômica dos municípios daquela região e a proporção de pessoas afetadas. O estudo também trouxe uma expectativa sobre o possível processo de recuperação da atividade econômica. “Essa caracterização torna-se importante para estimar quanto tempo o crescimento econômico pode tornar-se positivo. A temporalidade da volta à normalidade da atividade econômica ajuda a estimar o tamanho e o tempo necessário de auxílio financeiro dos governos federal e estadual para os municípios mais afetados”, informou o professor.
Os resultados obtidos chamaram atenção em dois aspectos: os municípios que podem apresentar as maiores perdas; e, em termos de importância econômica, quais os municípios mais afetados.
Segundo os dados divulgados, até agosto deste ano, é possível que o RS perca até 4,2% do incremento da atividade econômica esperada para 2024, o que significaria, levando em conta as estimativas de expansão entre 4% e 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), um crescimento nulo. Em valores totais, seriam R$ 27 bilhões a menos movimentados. O estudo estima, assim, que o bônus associado à supersafra deste ano seria perdido devido aos impactos da chuva. O PIB é calculado a partir da soma das riquezas produzidas por uma região. Trata-se de um indicador fundamental para verificar a atividade da economia.
As cidades que mais tiveram queda nas atividades econômicas foram Eldorado do Sul, Muçum e Canoas, nesta ordem. Em valores absolutos, Canoas teve mais perdas, foram R$ 408 milhões apenas em maio. A projeção é que a perda até agosto alcance R$ 909 milhões. Porto Alegre teve a segunda maior queda: R$ 406 milhões em maio e até R$ 859 milhões até agosto. São Leopoldo é o terceiro nessa lista: as perdas foram de R$ 186,8 milhões no mês de maio e devem chegar a R$ 415,8 milhões até agosto.
Segundo os dados, os municípios mais impactados refletem aqueles que tiveram mais pessoas atingidas, uma vez que, a estimativa leva em consideração essa variável. Eldorado do Sul encabeça a lista sendo a cidade mais afetada em termos de atividade econômica, podendo contrair 36,3% em maio de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. “Mesmo depois de quatro meses após o evento climático, estima-se que a atividade econômica continue em processo de queda, quando comparado com o mesmo período de 2023”, reforçou Lélis.
Para a economia do Rio Grande do Sul, o estudo aponta, até o mês de agosto, uma possível perda de até 4,2% do crescimento da atividade econômica esperada para o ano de 2024, sendo considerado nulo uma vez que a expectativa de crescimento do PIB gaúcho era entre 4% e 4,5%. “Assim, o resultado do ano da atividade econômica, entre crescimento ou queda, estaria atrelado ao que pode ocorrer nos quatro últimos meses de 2024”, explica Lélis.
O cenário ainda se mostrou mais preocupante ao detalhar o crescimento do PIB do Rio Grande do Sul desde 2022, quando, dois anos antes, o Estado já vinha enfrentando diferentes estiagens com intensidades diversas. O levantamento, que apontou um resultado quase nulo até agosto de 2024, indicou que o PIB estaria 1,2% abaixo do alcançado em 2021, enquanto o PIB nacional pode alcançar um valor 8,1% superior na mesma comparação. “Com efeito, o conjunto de eventos climáticos, ocorridos nos últimos três anos, pode representar uma perda no crescimento acumulado, nestes mesmos anos, de 9,4% do Rio Grande do Sul, quando comparado com o Brasil”, ressalta.
Fazendo o recorte por Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), aquela que tem, percentualmente, a maior previsão de queda na atividade econômica é o Vale do Sinos, com perda de 10,7% em maio. Já a Região Metropolitana/Delta do Jacuí, apesar de ficar em segundo lugar em termos percentuais, tem a maior perda absoluta em valores nesse mês, de R$ 732,2 milhões, seguida pelo Vale do Sinos, com R$ 686,9 milhões.
Todas as estimativas apresentadas têm o intuito de otimizar as ações de recuperação para as regiões mais afetadas, com os municípios podendo dimensionar a quantidade de recursos necessários para recuperar a atividade econômica da região. Os representantes dos municípios e autoridades ainda terão acesso ao método desenvolvido para aplicação podendo calcular os efeitos em cada município. “Destacamos muito os dados por município, porque eles não são homogêneos no tipo de atividade econômica”, ressalta Lélis.
Rita Geremia Pavoni, vice-presidente de Serviços da ACIST-SL, destaca que a iniciativa da Unisinos ao avaliar os efeitos econômicos relativos à catástrofe climática é de extrema importância, pois apresenta dados científicos para nortear as ações que devem ser tomadas para mitigar seus efeitos. Ela manifesta preocupação com a fala do professor Lélis, que pontuou a ausência de dados atualizados dos municípios. “Os que existem são de 2021 e nos servem de alerta, pois tragédias como esta exigem ações imediatas. O estudo apontou também, segundo Rita, que as decisões a serem tomadas devem ser de Estado e não de Governo, pensadas para serem executadas não somente no curto prazo,e sim a médio e longo prazo. “Todo e qualquer governo de todas as esferas precisa dar sequência às medidas, sob pena de termos outras catástrofes como esta que estamos vivendo”, alerta.
Dez maiores percentuais de quedas nas atividades econômicas em maio:
Eldorado do Sul: -36,3%
Muçum: -29,8%
Canoas: -19,8%
São Leopoldo: -18,3%
São Sebastião do Caí: -16,3%
Marques de Souza: -14,4%
Relvado: -13,2%
Cruzeiro do Sul: -11,6%
Guaíba: -11%
Triunfo: -10,7%
Dez maiores quedas em valores nas atividades econômicas em maio:
Canoas: perda de R$ 408,6 milhões
Porto Alegre: perda de R$ 406,6 milhões
São Leopoldo: perda de R$ 186,8 milhões
Triunfo: perda de R$ 129,9 milhões
Guaíba: perda de R$ 85,8 milhões
Eldorado do Sul: perda de R$ 72,4 milhões
Lajeado: perda de R$ 35,5 milhões
Novo Hamburgo: perda de R$ 34,8 milhões
Rio Grande: perda de R$ 31,9 milhões
Esteio: perda de R$ 23,5 milhões
Dez maiores projeções de queda em valores nas atividades econômicas entre maio e agosto:
Canoas: perda de R$ 909,7 milhões
Porto Alegre: perda de R$ 859,3 milhões
São Leopoldo: perda de R$ 415,8 milhões
Triunfo: perda de R$ 289,2 milhões
Guaíba: perda de R$ 191 milhões
Eldorado do Sul: perda de R$ 161,2 milhões
Lajeado: perda de R$ 73,7 milhões
Novo Hamburgo: perda de R$ 77,4 milhões
Rio Grande: perda de R$ 71 milhões
Esteio: perda de R$ 52,4 milhões
Fonte: Imprensa ACIST-SL | Beth Renz Imprensa & Relacionamento | Foto: Elizabeth Renz
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